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NA PELE, NO CORPO E NA CAPA: ANÁLISE DA MÍDIA GLS SEGUNDOINTERSEÇÕES DE RAÇA, CORPORALIDADE, ...


Resumo:

A discussão que desenvolvo a seguir parte da análise das imagens de pessoas constantes em flyers (panfletos, filipetas, etc.) de divulgação de festas em bares e boates GLS, assim como as capas de três revistas de distribuição gratuita voltadas a essepúblico e entregues também nas casas noturnas. Essa discussão, demonstrando quaissão os sujeitos mais visíveis nas representações desses meios midiáticos segundo questões como raça/cor da pele, geração/idade, gênero e corporalidades, procura contribuir no exame das distinções sociais que influenciam no posicionamento de determinados sujeitos nas configurações hierárquicas da cena GLS em Florianópolis

Texto:


Em minha pesquisa de campo2 foi possível encontrar um expressivo “discurso igualitário” que provinha principalmente da queles a quem chamei de sujeitos ligados àindústria do entretenimento GLS3, ou seja: gerentes, promoters e donos de casas noturnas e estabelecimentos voltados a esse público. Esse discurso tendia a afirmar a existência de uma prática de respeito universal a todos os clientes e freqüentadores desses espaços, independentemente de classe social, gênero, orientação sexual, raça/corda pele, geração/idade ou corporalidade. Possuindo os valores para pagar a entrada (oque por si já poderia ser um fator limitador), qualquer pessoa, segundo esse discurso, poderia adentrar nesses espaços de sociabilidade e ser tratado em termos de igualdade. Entretanto, minha dissertação procurou demonstrar as fissuras, contradições einconsistências desse discurso igualitário ao analisar a forma diferenciada com quedeterminados sujeitos eram tratados (e representados) nesses ambientes, conformando quadros em que configurações hierárquicas se estabeleciam.


A configuração mais recorrente na cena GLS pesquisada imputava aos homens brancos, jovens, magros ou musculosos, de classes médias ou abastadas os melhores tratamentos, assim como asposições espaciais de melhor visibilidade e prestígio no contexto das casas noturnas, fazendo com que diversos indivíduos, entre eles mulheres lésbicas, pessoas cuja cor da pele não era branca, indivíduos provenientes de classes populares, pessoas mais gordasou magras demais, assim como pessoas mais velhas tendessem a receber um tratamento e visibilidade inferiorizados.


Além disso, muitas vezes esses sujeitos precisavam lidar comas representações sociais locais negativas em relação a si.A discussão que desenvolvo a seguir parte da análise das imagens de pessoas constantes em flyers (panfletos, filipetas, etc.) de divulgação de festas em bares e boates GLS, assim como as capas de três revistas de distribuição gratuita voltadas a essepúblico e entregues também nas casas noturnas. Essa discussão, demonstrando quaissão os sujeitos mais visíveis nas representações desses meios midiáticos segundo, em especial, a questão de raça/cor da pele, foi importante para o debate geral de minhadissertação4, procurando contribuir no exame das distinções sociais que influenciam noposicionamento de determinados sujeitos nas configurações hierárquicas da cena GLS em Florianópolis.Nos últimos anos, concomitante ao processo de surgimento e vertiginoso crescimento das “Paradas Gays” no Brasil e no mundo, ocorreu um aumento davisibilidade de experiências divergentes da heteronormatividade (Butler, 2003).



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NOTAS:


2 Meu campo abarcou o período entre os meses de fevereiro e julho de 2007, compreendendo a convivência com os freqüentadores de festas em quatro bares e boates GLS assim como de três espaços públicos e semi-públicos, todos circunscritos ao centro de Florianópolis, SC. As saídas a campo, principalmente no período matutino e vespertino, se realizavam de segunda a sexta-feira em uma lanchonete fast-food e duas áreas públicas contíguas onde se concentrava um segmento mais jovem das pessoas com as quais convivi e pesquisei. Já entre terça-feira e domingo (e excepcionalmente nas segundas-feiras) a observação-participante se realizava, após o anoitecer, nos bares e boates onde ocorria boa parte das conversas e entrevistas. 3 Traduz-se em Gays, Lésbicas e Simpatizantes, sigla que surgiu no contexto dos anos 1990 se popularizando desde então, e que era utilizada para determinar o público do festival Mix Brasil. É importante ressaltar que, ao falar sobre o movimento social utilizo uma das siglas mais utilizadas por seus ativistas: LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Entretanto quando cito bares e boates, utilizo a sigla GLS, uma vez que localmente é a mais associada a tais estabelecimentos. Também utilizarei a expressão cena GLS para me referir aos contextos espaciais em sentido mais geral (tanto bares e boates quanto espaços públicos pesquisados).

4 “As Diferenças na Diferença: hierarquia e interseções de geração, gênero, classe, raça e corporalidade em bares e boates GLS de Florianópolis, SC”, trabalho orientado pela Profa. Dra. Sônia Weidner Maluf e co-orientado pela Profa. Dra. Alicia González Castells no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC.



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